Já quando o Miguel escreveu sobre este assunto me apeteceu contribuir com o meu quinhão de sabedoria popularucha. Como hoje vi no telejornal mais uma referência ao assunto, lá me decidi a escrever este post.
Para mim a questão fundamental não é necessariamente quem beneficia ou não desta medida. Por uma questão de princípio acho que todos devem ter as mesmas oportunidades. Assim sendo, se querem criar provas de recuperação para quem chumba por faltas então que estas sejam uma oportunidade para todos, seja para melhoria de nota, seja para recuperar quem foi assíduo, se esforçou e não teve o aproveitamento que se esperava ou que teve mais dificuldades na matéria. Nesse cenário estas provas seriam mais como um exame final, opcional para quem passou.
Neste caso, questiono-me se continuará a fazer sentido o controlo da assiduidade. Das duas uma, ou as faltas servem para garantir a assiduidade pelo simples facto de a avaliação ser contínua, ou se a avaliação/recuperação (ainda não consegui perceber a subtileza da diferença) é efectuada no final independentemente da presença, então o seu controlo deixa de fazer sentido.
O Miguel levanta ainda um ponto legítimo. Qualquer um pode ter um azar na vida, mas creio que, nesse caso, estas situações (que não creio serem generalizadas) devem ser analisadas caso a caso e não creio que criar uma generalização para tratar casos particulares seja proveitoso para ninguém.
1 comentários:
Por acaso tenho sentimentos dúbios relativamente à "avaliação contínua". Era o tipo de coisa que no meu tempo os professores usavam para justificar notas que não estavam de acordo com o resultado nos testes, frequentemente decorrentes de embirrâncias pessoais, uma vez que é uma forma de avaliação bastante subjectiva.
Na minha opinião o objectivo da escola é ensinar - e não ocupar o tempo das crianças/jovens. Se alguém consegue aprender sem ir às aulas, então melhor para ele/a - porque é que hei-de o obrigar a ir?
Acho boa a ideia de extender essa possibilidade aos alunos assíduos para eventual melhoria de nota.
Note-se que entendo a questão de pessoas que têm azares como um ganho acessório - não como o objectivo principal de uma medida destas.
Miguelb
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