quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Etiquetas

Não, não me refiro às etiquetas dos artigos nas lojas ou nos supermercados. Refiro-me àquelas etiquetas personalizadas que atribuímos às outras pessoas, na maioria dos casos logo nos primeiros instantes quando conhecemos alguém. Muitas vezes a pessoa ainda não abriu sequer a boca e pimba! já levou com uma etiqueta na testa. É perfeitamente redutor, mas todos o fazemos.

Eu sei que o faço. Tenho consciência disso e, para compensar, faço um esforço consciente para ser mais tolerante e estar mais receptivo a formas de ser diferentes da minha.

Também tenho de dizer que me habituei a confiar bastante nos meus primeiros instintos sobre as pessoas. Foram poucas as vezes onde verifiquei que a minha primeira impressão estava errada. Posso levar bastante tempo a validar se estava certo ou errado. Geralmente não procuro activamente a informação, limitando-me a recolhê-la à medida que esta vai sendo disponibilizada (razão pela qual já fui etiquetado de "recolector"). Com esta informação, ou consolido, aos poucos, a ideia original que tinha ou, em alguns casos (raros), refuto-a.

2 comentários:

miguelb disse...

As etiquetas são importantes para que consigamos interagir com tantas pessoas. Como sabes, acho que etiquetas as pessoas depressa demais - espero que ao menos tenhas um bom mecanismo de "substituição" de etiquetas que te permita corrigir (os raros) erros.

Miguelb

Z disse...

É verdade, admito-o. O mecanismo que aplico não tem tanto a ver com a substituição das etiquetas, mas tem mais a ver com o grau de tolerância que aplico a cada pessoa. Também tenho consciência que este mecanismo me pode fazer parecer algo inconsistente, porque pode parecer que tenho dualidade de critérios. Sou capaz de aceitar uma determinada atitude que é diferente da minha porque está consistente com a forma de ser de uma pessoa, mas ter dificuldade em aceitar a mesma atitude de outra pessoa com a qual esta não é consistente.
Por outro lado, há sempre a possibilidade de aplicar tantas etiquetas quantas as necessárias a uma correcta caracterização da pessoa em questão.