Ainda ontem no TeleJornal escutei o António Vitorino a dizer que "acabou o tempo da comida barata". Com a crise no sector energético (aumento do preço do barril de crude) e no mercado imobiliário dos EUA, os investidores que tradicionalmente investiam nestes sectores começaram a investir em bens primários como a agricultura e em sectores energéticos alternativos. Esta especulação leva invariavelmente a um aumento dos preços destes bens. Estas são questões que hoje me preocupam, mas não antevejo, como muitos fatalistas, um mundo distópico a la Mad Max.
Do que tenho observado em notíciários e em artigos de opinião há dois factores aos quais creio que devemos dar alguma atenção:
- A sustentabilidade da produção de bens essenciais - o encarecimento da comida tenderá a acentuar as diferenças de classes e entre povos;
- A sustentabilidade dos mercados internacionais - as crises financeiras são cada vez mais globais. Parece-me que os mercados de capitais estão a atingir um estado de insustentabilidade de longo prazo.