Não, não me refiro às etiquetas dos artigos nas lojas ou nos supermercados. Refiro-me àquelas etiquetas personalizadas que atribuímos às outras pessoas, na maioria dos casos logo nos primeiros instantes quando conhecemos alguém. Muitas vezes a pessoa ainda não abriu sequer a boca e pimba! já levou com uma etiqueta na testa. É perfeitamente redutor, mas todos o fazemos.
Eu sei que o faço. Tenho consciência disso e, para compensar, faço um esforço consciente para ser mais tolerante e estar mais receptivo a formas de ser diferentes da minha.
Também tenho de dizer que me habituei a confiar bastante nos meus primeiros instintos sobre as pessoas. Foram poucas as vezes onde verifiquei que a minha primeira impressão estava errada. Posso levar bastante tempo a validar se estava certo ou errado. Geralmente não procuro activamente a informação, limitando-me a recolhê-la à medida que esta vai sendo disponibilizada (razão pela qual já fui etiquetado de "recolector"). Com esta informação, ou consolido, aos poucos, a ideia original que tinha ou, em alguns casos (raros), refuto-a.